quarta-feira, 18 de abril de 2012

Sete ônibus apedrejados no segundo dia de greve dos rodoviários

Polícia foi chamada em cinco pontos, mas apenas dois se confirmaram
Pelo menos sete coletivos foram apedrejados no segundo dia de greve do transporte público, em Campos. Pela manhã, por volta das 7h30, manifestantes que se reuniram em piquete na Avenida 28 de Março, em frente ao antigo estacionamento da Empresa Progresso, pararam diversos coletivos, na tentativa de impedir o tráfego de 30% da frota nas ruas, conforme determinado por liminar expedida pela 3ª Vara da Justiça do Trabalho. 

Com a chegada da polícia, os manifestantes, funcionários da Turisguá, São João, Conquistense e Tamandaré, se contiveram e quando a PM já havia deixado o local, em direção ao Parque Alzira Vargas para novo piquete, o grupo avistou um ônibus da empresa Rogil e apedrejou o veículo antes mesmo que os passageiros pudessem descer. 


O responsável pela parte operacional da empresa Rogil, José Reinaldo Mothé Alves e o motorista do ônibus Manoel Santana Francisco, que fazia a linha Tocos/Rodoviária, foram à 134ª Delegacia de Polícia para registrarem a ocorrência.

Segundo José Reinaldo, a empresa cumpria a determinação da justiça e oito ônibus estavam a serviço da população. A empresa vai recorrer judicialmente para o ressarcimento do prejuízo, estipulado em R$ 800, com o pára-brisa dianteiro e cinco vidros laterais danificados, além de dois dias do veículo parado os devidos reparos. Apesar dos transtornos 30% do efetivo continua circulando. 

VIOLÊNCIA TAMBÉM EM GUARUS
Na Avenida Nazário Pereira Gomes três homens abordaram o motorista do ônibus que fazia a linha Centro/Cidade Luz, da Empresa São João, por volta das 8h. Após tentarem agredir o motorista, retiraram a chave da ignição e fugiram. Cerca de 40 passageiros tiveram que descer do ônibus, que foi encaminhado para a garagem da empresa.
Em outros pontos da cidade, seis ônibus também da empresa São João que faziam as linhas Jóquei/Santa Rosa; Centro/Novo Jóquei e Centro/Pecuária foram apedrejados e encaminhados para a garagem da empresa, situada na Avenida Senador José Carlos Pereira Pinto, em Guarus. 
Segundo o inspetor de tráfego da empresa, Edmilson Sales, cerca de 300 passageiros sofreram transtornos na manhã desta quarta-feira (18/04) e o prejuízo estipulado no valor de R$ 2 a 3 mil, devido aos para-brisas dianteiros e traseiros danificados. 

“Sofremos prejuízos, os veículos terão que ficar parados na garagem até serem concertados, porém o maior prejuízo é o transtorno causado a população. Esperamos ter mais apoio da Polícia Militar para que não acarrete vítimas nesses atos de vandalismo. Apesar das agressões, ainda há ônibus circulando a serviço da população que precisa, estamos cumprindo a determinação da justiça”, disse o inspetor.

POSICIONAMENTO DO SINDICATO
O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Roberto Virgílio disse que o sindicato não incitou a ação dos trabalhadores e que já conversou com alguns manifestantes, pedindo para que os mesmos não tentassem impedir o funcionamento de 30% da frota, como determinou a liminar. Ele disse ainda que está percorrendo as empresas de ônibus, com representantes do Sindicato do Rio de Janeiro, para tentarem explicar aos funcionários a legitimidade da liminar e que algumas já recolocaram o efetivo nas ruas.

De acordo com o Virgílio, às 11h desta quarta acontecerá uma reunião entre os sindicatos, representantes do ministério público, empresários e poder público para tentarem um acordo que resolva o impasse.

CASOS NÃO CONFIRMADOS
A polícia foi chamada para ocorrências na Pelinca, Pecuária, Turf, Santa Rosa e no Fundão, mas só foram constados ações de vandalismo no Turf, contra o coletivo da empresa Rogil e no Fundão, contra o ônibus da Empresa São João.


POPULAÇÃO SEM SABER O QUE FAZER
Na Rua Hélio Póvoa, por volta das 8h, cerca de 25 passageiros que estavam no ônibus da empresa Rogil, que fazia a linha Rio Preto/Campos, ficaram sem saber o que fazer, já que o motorista recebeu ordem da empresa para retornar à garagem, devido às ocorrências de apedrejamento. 

Passageiros que vieram trabalhar em Campos queriam retornar para suas residências imediatamente, temendo que no horário de saída não houvesse coletivos circulando, para voltarem para Rio Preto.

“Tudo que queremos é voltar para Rio Preto, viemos pra cá com R$ 1 no bolso e já que foi permitido a saída do ônibus às 6h eles têm que se responsabilizar por nós e levar a gente de volta. É um dia perdido de serviço, quem é que vai nos reembolsar?” Questionou a doméstica Josane dos Santos Martins, 37 anos.

Notícia retirada do site URURAU

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