Foton está disposta a investir R$ 150 milhões para a unidade. Previsão é de produzir três mil ônibus em dois anos de operação.
O mercado de ônibus brasileiro é o quarto maior do mundo, atrás de China, Índia e Estados Unidos. A indústria nacional conseguiu superar inclusive o Canadá. Só no ano passado foram mais de 32 mil veículos produzidos, um volume bem alto para a proporção de ônibus na frota nacional de automóveis.
A indústria chinesa presente no setor de carros de passeio e utilitários e crescente no de caminhões quer participar deste mercado. Depois de a BYD anunciar que vai testar 50 ônibus elétricos, movidos com baterias de fosfato de ferro, e que pode instalar uma planta no Brasil em parceria com um investidor nacional e do Shandong Heavy Machinery Group mostrar interesse na encarroçadora de ônibus Busscar, que enfrenta dificuldades financeiras, é a vez da Foton Auv Bus negociar com o Estado do Ceará a instalação de uma fábrica.
Até os investimentos e a capacidade de produção estão definidos. A Foton Auv Bus está disposta a investir R$ 150 milhões para a construção da fábrica que deve produzir cerca de três mil ônibus nos dois primeiros anos de operação. No primeiro ano devem ser empregados 800 trabalhadores e o número de pessoas deve aumentar para 1 mil 500 no ano seguinte.
As informações são do Jornal O POVO, de Fortaleza.
As informações são do Jornal O POVO, de Fortaleza.
Dois fatos, além dos números do mercado brasileiro, teriam motivado a escolha pelo estado. A proximidade com o porto de Pecém, que vai ajudar as importações de peças, e a entrada de um empresário cearense do setor automotivo foram relevantes para o início das negociações. A planta deve ter no mínimo 100 mil metros quadrados ou 10 hectares. A disponibilidade por espaço também despertou os interesses dos chineses pelo Ceará.
De acordo com o jornal, no Setor III do CIPP – Complexo Industrial e Portuário do Pecém há pelo menos 400 hectares livres.
De acordo com o jornal, no Setor III do CIPP – Complexo Industrial e Portuário do Pecém há pelo menos 400 hectares livres.
Ônibus da Foton Auv Bus. Fabricante de ônibus chinesa se interessou pela grandiosidade do mercado de ônibus no Brasil. Grupo negocia com o Governo do Ceará a instalação de uma fábrica no Estado. Empresa deve investir R$ 150 milhões, gerar 1 mil 500 empregos diretos e produzir 3 mil ônibus nos dois primeiros anos de operação. Foto: Foton Auv Bus.GOVERNADOR DEVE SE REUNIR COM RESPONSÁVEIS DA FOTONNa próxima terça-feira, dia 19 de junho, o Governador do Ceará, Cid Gomes vai se reunir com representantes da Foton para discutir a possibilidade da instalação da empresa no Estado. A Foton Auv Bus pertence a Foton Motor Group e é uma das maiores fabricantes de veículos comerciais da China. No País ela emprega 28 mil pessoas na matriz em Changping e 80 mil nas demais unidades. Tanto em fabricação de veículos e peças como na área de serviços automotivos, a Foton está presente em 90 países. No segmento de ônibus, a Foton produz 38 modelos e vende para diversos países como Chile, Venezuela, Colômbia, Uruguai, Espanha e nações africanas. A fábrica no Ceará, se for consolidada de fato, deve atender ao mercado brasileiro e à América Latina. O fato é que se tornarem concretos os investimentos da Foton, BYD e Shandong Heavy Machinery Group na Busscar, as indústrias brasileiras de ônibus vão ter de se mexer da mesma forma que as fabricantes de carros de passeio. Ainda mais nestes casos cujos chineses dizem que querem produzir e empregar no Brasil e não apenas vender no país, sendo mais difíceis medidas de proteção por parte do governo brasileiro aos fabricantes de raízes nacionais, como aumento de impostos. Inicialmente, boa parte destas empresas deve usar peças importadas e montarem os ônibus no Brasil, mas pelo menos no discurso, todas dizem que com o tempo querem atingir um nível de nacionalização alto. As indústrias de ônibus instaladas no Brasil acostumadas com a exclusividade terão de saber lidar com a concorrência externa no mercado interno. O diretor de operações comerciais da Marcopolo, a maior fabricante de carrocerias de ônibus do País, Paulo Corso, disse à reportagem em maio, durante matéria especial na unidade Ana Rech, em Caxias do Sul, que a entrada de produtores chineses no Brasil não é algo tão distante da realidade. Segundo Corso, no entanto, os fabricantes chineses não têm a mesma flexibilidade que os brasileiros ao fazer ônibus praticamente personalizados, apesar das linhas de modelos. Segundo o executivo, cada gestor local tem uma legislação diferente que interfere nas configurações das carrocerias. Um mesmo modelo pode ter várias apresentações diferentes. Isso, de acordo com o diretor de operações comerciais da Marcopolo, não ocorre na mesma intensidade nos países onde as chinesas operam. Os produtores asiáticos estão atentos às boas perspectivas para o setor de ônibus no Brasil. Mesmo que tardiamente e mais impulsionadas pela Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016, as cidades resolveram pensar de forma mais séria em mobilidade urbana e modernização dos transportes. Corredores de ônibus e renovações de frotas devem aquecer o segmento de urbanos, além das várias licitações cada vez mais exigentes previstas para os próximos anos. O aumento na renda de parte da população e novamente os eventos internacionais vão impulsionar o setor de rodoviários, desde os minis para transferências e deslocamentos a partir de aeroportos e hotéis até os luxuosos ônibus de dois andares ou com salão de passageiros em nível acima do posto do motorista. Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes Colaborou: Hipólito Rodrigues Fonte: http://onibusbrasil.com/ |
Nenhum comentário:
Postar um comentário