sábado, 14 de julho de 2012

Carros ficam mais baratos e andar de ônibus mais caro

No grupo transportes, a variação do IPCA pesou mais no bolso de quem opta pelo transporte coletivo por conta da política de tributos escolhida pelo País.
Em junho ficou mais caro proporcionalmente andar de ônibus do que utilizar o carro de passeio. É o que apontam os dados do IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo, do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, divulgados nesta sexta-feira, dia 06 de julho de 2012.
O acumulado do primeiro semestre é de 2,32%, índice abaixo dos primeiros seis meses de 2011 que registraram 3,87% de inflação. A variação de junho foi de 0,08%, a menor desde agosto de 2010, quando o índice oficial de inflação variou 0,04%.
No item transportes, mais uma vez, a política de preços e de incentivos tributários beneficiou a camada que possui mais recursos em detrimento dos mais pobres. Quem tem condições de comprar e manter um carro gastou proporcionalmente menos do que as pessoas que optam pelo transporte coletivo ou têm os ônibus, metrô e trens como únicas opções de deslocamento.
Por conta dos incentivos à indústria de carros de passeio, com reduções e isenções em impostos, como o IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados – e o IOF – Imposto sobre Operações Financeiras – no financiamento de veículos particulares, o preço dos automóveis caiu 5,48%. A redução do IPI está em vigor desde 21 de maio.
A queda do preço dos veículos novos diminuiu a procura pelos usados, que por conta disso, também ficaram mais baratos: 4,12%. As motos em junho ficaram 0,42% mais baratas.
Manter e abastecer os carros também custou menos em junho, segundo o IPCA, do IBGE: o etanol nas bombas teve redução de preços de 1,24% e a gasolina teve queda de 0,41% no valor. Os acessórios e peças de automóveis tiveram variação negativa de 0,48% e o seguro voluntário praticamente ficou estável, com discreta queda de 0,04%.
Já andar de transporte coletivo ficou mais caro para o bolso do trabalhador, de acordo com o IBGE. As tarifas de ônibus urbanos em todo o País ficaram 0,87% mais caras. O índice foi pressionado principalmente pelos reajustes em Goiânia no dia 20 de maio e Salvador, em 04 de junho. Já as tarifas de ônibus intermunicipais tiverem crescimento de 0,97%, com pressão maior novamente por conta dos aumentos das passagens de Salvador, para este tipo de serviço, em 12 de junho.
No geral, o item transporte foi o que mais contribuiu para o IPCA mais baixo, representando queda de 1,18%. O grupo alimentação passou de 0,73% em maio para 0,68% em junho. Já o item Habitação passou de 0,80% para 0,28% no mesmo período.
A inflação caiu para a camada que tem mais poder aquisitivo, no quesito transportes. Por conta das políticas de incentivo aos automóveis, comprar um carro, mantê-lo e abastecê-lo, proporcionalmente, pesou menos no bolso do que em quem precisa ou opta por usar transportes públicos. Preços de carros, combustíveis, peças e seguro caem, enquanto tarifas de ônibus sobem. AE
A inflação caiu para a camada que tem mais poder aquisitivo, no quesito transportes. Por conta das políticas de incentivo aos automóveis, comprar um carro, mantê-lo e abastecê-lo, proporcionalmente, pesou menos no bolso do que em quem precisa ou opta por usar transportes públicos. Preços de carros, combustíveis, peças e seguro caem, enquanto tarifas de ônibus sobem. AE
Adamo Bazanijornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.

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