quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Museu Brasileiro dos Transportes será referencial na memória de um dos setores mais importantes da economia


Espaço contará com réplicas, fotos, documentos e até depoimentos de quem fez a história atrás do volante.
Na Inglaterra tem, nos Estados Unidos, Suécia e África do Sul também. Estes países que costumam preservar sua memória destinam um ou mais espaços para que a história dos transportes não se perca com o tempo.
O setor de transportes é um dos mais relevantes na economia de qualquer nação. Por mais simples que seja o produto que você ver, seja um bem agrícola ou mesmo uma folha de papel ou um computador de última geração, há o setor de transportes atuando nele. Seja pelos caminhões que transportaram a matéria-prima ou pelos ônibus que levaram os trabalhadores de suas casas aos locais de serviços para plantarem, colherem, fabricarem, inspecionarem ou mesmo administrarem.
O Brasil é carente de espaços que reúnam e preservem a memória deste setor que auxilia na construção do País e de histórias pessoais. O que existem são iniciativas da própria sociedade, como a VVR – Viver, Ver e Rever, do Primeiro Clube do Ônibus Antigo Brasileiro, que reúne uma vez por ano ônibus e caminhões antigos que revelam muito da história das cidades, e dos centros de memória de empresas operadoras e fabricantes. Mas falta um espaço fixo destinado ao público em geral durante todo o ano.
Mas isso em 2014 deve mudar. A FuMtran – Fundação Memória do Transporte, ligada à CNT – Confederação Nacional do Transporte, deve inaugurar em 2014 no quilômetro 143, da Rodovia Dom Pedro I, em Campinas, interior Paulista, o Museu Brasileiro dos Transportes.
O espaço vai ter 19.200 metros quadrados. Só a área das exposições ocupará 7.800 metros quadrados. Um centro de convenções terá 2 mil metros quadrados e os acessos, restaurantes, bibliotecas e estacionamento devem preencher 9.800 metros quadrados. Haverá também áreas para jardins e terraços.
O hall de entrada será como um terminal de passageiros, com bancos de espera, sanitários, iluminação especial e painéis como de aeroportos e rodoviárias, mas que informam as programações do museu.
Ao jornal DCI, um dos responsáveis pelo projeto, Sérgio Athié, do escritório de arquitetura Athié/Wohnrath, disse que o visitante vai se sentir conduzido por diferentes modais durante sua visita.
Queríamos que o público se sentisse acolhido desde a chegada, indo de um modal a outro, conhecendo um pouco de tudo, explorando o movimento do mundo do transporte. Com foco no estudante, o museu usará variados recursos tecnológicos, com ênfase na interatividade presente tanto no acervo fixo quanto nas exposições temporárias. Em todas a ênfase será a importância dos transportes e as articulações entre os vários modais.
O setor dos transportes é um dos mais influentes na formação das cidades e das histórias pessoais. Por mais simples que seja o produto que você vê, há nele a atuação do setor, desde o transporte de matérias-primas até a distribuição  do bem final, passando pela condução dos trabalhadores para plantarem, colherem, produzirem, inspecionarem e administrarem.
O setor dos transportes é um dos mais influentes na formação das cidades e das histórias pessoais. Por mais simples que seja o produto que você vê, há nele a atuação do setor, desde o transporte de matérias-primas até a distribuição do bem final, passando pela condução dos trabalhadores para plantarem, colherem, produzirem, inspecionarem e administrarem.

AUXÍLIO DO BNDES E DA INICIATIVA PRIVADA

As obras devem custar ao todo R$ 90 milhões. O início deve ser em 2013 com duração de aproximadamente 18 meses.
O projeto inicial foi financiado pela CNT – Confederação Nacional do Transporte. A diretora da Fundação Memória do Transporte, Elza Lucia Panzan, disse que pelo caráter cultural da obra, vai tentar financiamentos de até R$ 17 milhões a fundo perdido do BNDES – Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social.
A obra vai ter detalhes curiosos, como duas caixas de vidro, aumentando a visibilidade tanto interna como externa. Estruturas representando contêineres serão as salas de exposição.
Para se manter, o museu vai contar com doações de empresários do setor de transportes.

TRABALHADORES

O objetivo do museu é retratar o universo de todos os personagens do setor de transportes. Assim, os empresários e pioneiros do setor, que na época administravam seus negócios ao mesmo tempo que dirigiam seus ônibus e caminhões, serão lembrados. Motoristas de ônibus e caminhoneiros que dedicaram a maior parte de suas vidas aos transportes e pelo setor à sociedade também serão homenageados.
Um dos exemplos são os depoimentos de caminhoneiros que ficaram duas semanas presos na lama durante a construção da rodovia Belém – Brasília.
Assim, o museu não terá um caráter patronal, mas histórico da forma mais completa possível, mostrando que como os vários modais se complementam, sendo um importante para o outro, assim é com as pessoas que atuam nos diversos segmentos de transportes, independentemente de sua posição social.
Fotos, réplicas de veículos, vídeos, documentos e peças, além de eventualmente ônibus e caminhões antigos, farão parte do acervo ou das exposições itinerantes.
Adamo Bazanijornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.

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