quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Com crescimento no setor, Volvo inaugura concessionária só de ônibus


A Nórdica, no Paraná, vai atender com uma loja especial somente os negócios voltados a transportes de passageiros. No entanto, em outro estabelecimento, concessionária continua a trabalhar também com caminhões.
É verdade que o ano de 2012 não tem sido o melhor para o mercado de veículos pesados movidos a diesel, como ônibus e caminhões. Em janeiro entrou em vigor uma nova legislação que impõe limites mais rigorosos de emissão de poluentes, com base nas normas internacionais Euro V. A nova tecnologia deixou os veículos mais caros e, prevendo isso, donos de frotas de ônibus e caminhões anteciparam no ano passado as renovações para aproveitarem os preços menores dos veículos que obedeciam a legislação vigente até 31 de dezembro de 2011.
Isso impactou o mercado de ônibus e caminhões que deve fechar o ano com queda no volume de produção e de vendas, já que em 2011, a quantidade de negócios foi acima do normal.
No entanto, a Volvo vai na contramão da tendência e estima alta em alguns segmentos neste ano e deve começar a investir mais pesado para as vendas e pós-vendas deste tipo de veículo. Além disso, passado este período já previsto de adaptação em relação a entrada de nova tecnologia, as perspectivas para as fabricantes de chassi e carrocerias são as melhores possíveis.
Na onda da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, as cidades mesmo que tardiamente e ainda não de forma suficente começam a investir um pouco mais em em mobilidade urbana. Uma das soluções escolhidas pela maior parte das cidades, inclusive pelas que não vão sediar estes eventos, são os corredores de ônibus, em especial os BRTs – Bus Rapid Transit. Os corredores exigem ônibus urbanos com mais categoria, maiores, dotados de mais tecnologia e com valor agregado maior.
Mas os sistemas de BRT não consistem nos corredores apenas. Há toda uma rede de transportes por ônibus menores, dos tipos convencional ou micro, que precisam sair dos bairros mais distantes para alimentar estes corredores. Assim, as frotas de urbanos precisam ser renovadas. Isso sem contar com as licitações já previstas nas cidades que vão demandar novos ônibus. Só no Distrito Federal devem ser renovados nos próximos anos 3 mil ônibus e o maior sistema do mundo, São Paulo, com 15 mil ônibus, tem os contratos finalizados agora em 2013, podendo ser renovados.
Quanto aos ônibus de padrão rodoviário e de fretamento as perspectivas também são positivas. Passando o desaquecimento geral de 2012, cujo PIB deve ser baixo, diversos setores da economia devem voltar a crescer. Entre eles, o de turismo, o que vai exigir veículos de pequeno porte, como para turismo receptivo, e até de dois andares para turismo de longa distância e traslados de visitação a locais com paisagens naturais ou históricas. A Copa do Mundo e as Olimpíadas de 2016 devem também aquecer o mercado de ônibus do padrão rodoviário. Grandes obras para estes eventos também exigem um número maior de ônibus fretados.
Além disso, desde 2008 a ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres tenta licitar mais de 1900 linhas de ônibus interestaduais e internacionais. Se conseguir superar os entraves impostos pelos empresários que direcionam diversas críticas ao certame, a licitação vai mexer com um universo de mais de 10 mil ônibus. Como as exigências em relação à idade da frota, que pelo edital não pode ser maior de 10 anos, são mais rigorosas, vários ônibus serão trocados. A estimativa é de que metade da frota circulante de ônibus rodoviários interestaduais e internacionais precisaria ser renovada.
A verdade é que vistos por muito tempo como coadjuvantes no mercado de veículos pesados, agora os ônibus começam a ganhar mais destaque diante destas e de outras estimativas positivas.
A Nórdica, representante da marca Volvo, por exemplo, inaugurou uma concessionária exclusivamente para ônibus em Curitiba, no Paraná. A justificativa da empresa é a elevação da demanda por ônibus no estado, em especial na capital. Além disso, os ônibus estão mais modernos e necessitam de concessionárias com mão de obra especializada. Apesar de ônibus e caminhões ainda terem muitas peças em comum, é cada vez maior o número de itens exclusivos em cada um dos veículos.
As tecnologias também evoluíram e exigem especialistas em ônibus e não apenas em veículos diesel. É o caso dos ônibus elétricos híbridos, que funcionam com dois motores: um a combustão e outro elétrico. As primeiras unidades deste tipo de ônibus da Volvo começaram a circular em Curitiba no mês de outubro. Devem operar também na cidade de São Paulo.
A unidade da Nórdica ônibus tem 3 mil 400 metros quadrados de área construída e 28 mil metros de estacionamentos e áreas para manobras de ônibus, inclusive para os gigantes biarticulados de 28 metros, considerados os maiores ônibus do mundo.
Além de objetivar a comercialização de ônibus, a preocupação, segundo a Nórdica, é com o pós-venda, aspecto cada vez mais considerado pelos frotistas de ônibus, ainda mais agora com veículos com maior nível de complexidade. O local tem 11 estações de trabalho com 40 metros de comprimento cada. Juntas, podem atender 33 ônibus simultaneamente. Estas estações possuem elevadores capazes até de suspender ônibus articulados e biarticulados. Isso facilita a visualização da parte inferior do ônibus e permite melhor ergonomia de trabalho para os mecânicos. Há também áreas com oficinas especiais para a manutenção dos ônibus elétricos-híbridos que possuem uma série de diferenças.
Volvo inaugura no Paraná concessionária só para ônibus. Aumento da demanda por veículso da marca fez com que a Volvo olhasse com mais atenção para o setor de transportes de passageiros e novas unidades exclusivas para ônibus devem ser inaugurada em outras regiões
Volvo inaugura no Paraná concessionária só para ônibus. Aumento da demanda por veículso da marca fez com que a Volvo olhasse com mais atenção para o setor de transportes de passageiros e novas unidades exclusivas para ônibus devem ser inaugurada em outras regiões

NOVAS UNIDADES SÓ PARA ÔNIBUS EM TODO O BRASIL

O gerente de desenvolvimento de concessionárias da Volvo, Carlos Pacheco, afirma que com o aumento do volume de vendas de ônibus da marca, em especial pelo sucesso do veículo de motor dianteiro, o B270F, a tendência é de que haja mais concessionárias só para a ônibus em outras regiões do País.
A gama de chassis de ônibus Volvo também aumentou. Agora são oito chassis que servem para aplicações urbanas e seis para urbanas.
Nas atuais concessionárias da marca já existem técnicos especializados em ônibus. É o que a Volvo chama de Mr. Bus, que faz a interação com outras áreas da empresa para atendimentos voltados para área de transportes coletivos.
Há também o projeto chamado de Linha Azul, onde nas concessionárias nas regiões de maior circulação de ônibus no País, o operador de transportes coletivos tem prioridade no atendimento e conta com estrutura especial para as urgências dos transportes de passageiros.
Adamo Bazanijornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

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