sábado, 19 de janeiro de 2013

Campistas reafirmam precaridade no transporte público e pedem soluções

Segundo a Emut, licitação para realização de melhorias deverá ocorrer em breve
 Carlos Grevi

Segundo a Emut, licitação para realização de melhorias deverá ocorrer em breve

A equipe de reportagem doSite Ururau foi às ruas ouvir a população, após a divulgação de uma pesquisarealizada pela mestranda Giselle Azevedo Pinto, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf). O resultado não foi diferente enquanto ao grau de insatisfação em relação ao transporte público no município de Campos.
A população além de insatisfeita se mostrou ainda indignada com os horários e a pontualidade com que os ônibus passam, a demora em chegar ao destino desejado, prejudicando inclusive a chegada de muitos ao trabalho, além do número de veículos em circulação considerado insuficiente, em especial nos horários de pico. As pessoas reivindicaram também as más condições não só dos ônibus, mas dos transportes alternativos (vans) e dos pontos, além da superlotação e pediram uma maior fiscalização da Empresa Municipal de Transportes (EMUT), órgão responsável pelo transporte público na cidade.
De acordo com a agente administrativa, Margareth Barreto, que é moradora da Penha, ela precisa pegar dois ônibus para chegar ao trabalho, um que faça a linha Penha/Pecuária, Penha/Centro ou outra linha que passe pela a Avenida 28 de Março e outro que faça a linha Uenf. 
“Demoro muito tempo na Avenida 28 de Março. Levo uma hora todo dia, quando a espera é pequena. Isso é vergonhoso, chego a ficar aguardando às vezes até duas horas. Demora mais tempo que meu filho leva para ir à Macaé”.
A manicure Gisele Pessanha e também moradora da Penha, revelou que para ir ao Centro da cidade, demora sempre cerca de 40 minutos a uma hora, e por isso, muitas vezes acaba optando pelas vans.
“Os ônibus demoram muito a passar e a chegar ao destino que precisamos. As vans saem praticamente junto com os ônibus, e essa ação é prejudicial para a gente, porque depois demora mais ainda para conseguirmos algum transporte.”
Algumas linhas como Penha/Pecuária, Penha/Centro, Tapera, Ururaí/Centro e Jardim Carioca, entre outras, estão entre as mais citadas nas reclamações, com destaque para a linha Santo Amaro, que segundo os moradores, não circula mais pelo bairro.
“O passageiro que quiser ir para o Centro tem que pegar a condução em frente a academia Estação Saúde. Se o destino for outro, a opção é na Avenida 28 de Março em frente a faculdade Universo. O ônibus começou a diminuir, pois algumas pessoas estacionavam logo na entrada da rua, prejudicando a passagem do veículo. Pedimos providência e nunca vieram aqui tomar ciência do problema. Hoje, estamos sem ônibus. Antigamente passava de 20 em 20 minutos, depois começou a circular de hora em hora e parou de vez”, revelou o aposentado Alcebierdes Silva, morador do bairro há mais de 35 anos, que ainda ressaltou que o problema não é restrito somente no local.
 “Não há pontualidade e os ônibus começaram a sumir. As vans não têm uma organização. Se você tem um compromisso no Centro, precisa sair de casa com uma hora e meia de antecedência, pois chega a esperar até 45 minutos por um transporte. Outra linha que demora muito também é a da Tapera”, reclamou.
Para a dona de casa e moradora do Parque Bandeirantes, em Guarus, Vera Lúcia Alves, não lhe resta outra opção a não ser de deslocar até às margens da rodovia BR-101, já que não há linha de ônibus em seu bairro.
“Se tivesse que dar uma nota, a minha seria zero para o transporte aqui. Os ônibus passam muito pouco e todo dia fico mais de 40 minutos esperando. E quando vêm, todos estão cheios. Se não quiser pegar ônibus lotado, vou ficar esperando aqui toda vida”, disse ela sem alternativa.
A profissional da área de saúde e moradora do Jardim Carioca, em Guarus, avaliou que o transporte público precisa ser urgentemente reavaliado. 
“Espero todo dia 45 minutos e me perco o tempo que levo para chegar ao trabalho. Teria que ter mais ônibus circulando porque a demanda é maior. É necessária uma reavaliação, inclusive das rotas, para uma união de bairros, cobrindo um pouco mais os trajetos. A linha que faz para o Santa Rosa, por exemplo, se estende até o Jockey”, afirmou ela, ressaltando em seguida: Deve haver mais comprometimento, fiscalização constante e seriedade, pois falam em melhorias, em resolver os problemas, mas a gente continua da mesma forma, nada muda”.
NOTA DA EMUT
A Empresa Municipal de Transportes (Emut) vem trabalhando no sentido de garantir aos moradores de Campos um transporte de qualidade. Para isso, foi iniciado o processo de licitação das novas linhas de ônibus que vão atender os usuários de transporte coletivo regular nos próximos anos, com ônibus novos e linhas interligadas entre bairros, como já acontece nas grandes cidades do país. O trabalho foi iniciado com a realização de duas audiências públicas no ano passado, como determina a lei, com a população sendo ouvida e as solicitações atendidas de acordo com as necessidades. A partir daí, um projeto básico foi apresentado e, após as adequações devidas, ele vai ser publicado em edital para posterior licitação que deverá acontecer nas próximas semanas. A proposta é de que ônibus novos, todos eles com acessibilidade, sejam utilizados na ligação entre bairros e novas linhas sejam criadas para atender com presteza aos bairros e distritos.

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