Queda foi puxada pelo setor de pesados. Caminhões e ônibus registraram baixas expressivas.
ADAMO BAZANI – CBN
Medidas isoladas sem um crescimento de fato na economia são questionáveis do ponto de vista de diversos especialistas por terem altos custos aos cofres públicos e nem sempre conquistarem os objetivos para os quais foram elaboradas.
Assim podem ser consideradas as medidas de incentivo à indústria de automóveis. O Governo Federal arcou com uma renúncia fiscal significativa para reduzir o IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados dos carros de passeio, prolongou as taxas de juros menores do PSI – Programa de Sustentação de Investimentos e do Pro-Caminhoneiro para ônibus e caminhões e investiu alto na compra de ônibus escolares para o Programa Caminho da Escola.
Dizer que estas medidas foram inúteis e não ajudaram em nada na produção de veículos e para evitar queda maior no nível de empregos também é cometer uma injustiça.
Mas tais ações não foram suficientes para segurar a queda de 1,9% na produção de veículos em 2012 na comparação com 2011.
Nesta segunda-feira, dia 07 de janeiro de 2013, a Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores divulgou o balanço do ano de 2012 e, com diferença apenas nos números, os resultados seguiram a tendência já apontada pelo balanço de emplacamentos de veículos revelado na semana passada pela Fenabrave – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automores – que se refere às vendas e não à fabricação de automóveis.
Em 2012, foram produzidos 3 milhões 342 mil 617 veículos contra 3 milhões 407 mil 861 unidades em 2011.
Enquanto a produção de carros de passeio e comerciais leves teve uma pequena alta, de 1,2%, as fabricantes de ônibus e caminhões amargaram quedas expressivas.
No ano passado foram feitos 3 milhões 172 mil 953 veículos leves contra 3 milhões 135 mil e 100 no ano de 2011.
O setor de caminhões teve queda de 40,5%, com 132 mil 820 unidades feitas em 2012 ante 223 mil 388 no ano de 2011.
Já o setor de ônibus teve queda de 25,4% em 2012, com 36 mil 844 chassis produzidos enquanto que em 2011, a produção de ônibus foi de 49 mil 373 unidades.
No caso dos veículos pesados, houve um ajuste de mercado e uma desaceleração. O ano de 2011 foi considerado recorde na história dos ônibus e caminhões porque os donos de frotas anteciparam as renovações de veículos previstas para 2012. Em janeiro do ano passado entrou em vigor a sétima fase – P 7 – do Proconve – Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores, com base nas normas internacionais Euro V. Os ônibus e caminhões ficaram menos poluentes devido a uma nova tecnologia embarcada, mas ficaram mais caros, o que fez o ritmo de vendas e produção cair.
A estimativa agora é de que com a adaptação dos frotistas ao diesel S – 50, com menor teor de enxofre, e às novas tecnologias, em 2013 os setores de ônibus e caminhões voltem a crescer. Além disso, obras de mobilidade urbana para a modernização das cidades e as obras relacionadas à Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016 devem estimular a necessidade por ônibus e caminhões mais novos. Os caminhões para as obras e os ônibus para transporte dos operários e para a presta;’ao de servi;os nos sistemas depois de prontos. As estimativas do crescimento do setor de turismo e grandes licitações de transportes, como dos ônibus rodoviários interestaduais da ANTT – Associação Nacional dos Transportes Terrestres e de sistemas urbanos, como do Distrito Federal, que devem provocar renovação das frotas também são aguardadas pelo mercado.
ÔNIBUS
A produção de ônibus, segundo a Anfavea, com queda de 25,04% em 2012 na comparação com o ano de 2011, mostra que além das questões relacionadas à mudança de tecnologia que deixou os empresários mais receosos em comprar, a redução do ritmo geral da economia brasileira, cujo PIB – Produto Interno Bruto – não deve ultrapassar da casa do 1% , influenciou no segmento que é reflexo das atividades econômicas. Afinal, quanto mais a economia cresce, mais gente trabalha e precisa de locomoção, refletindo na necessidade de mais ônibus para transportar os trabalhadores.
O segmento de ônibus urbanos foi o que produziu mais veículos, como é de costume, mas foi também o que registrou maior queda.
No ano de 2012, segundo a Anfavea, foram feitos 31 mil 789 ônibus urbanos ante 43 mil 183 de 2011, queda de 26,4%.
O segmento de rodoviários também registrou queda. A baixa foi de 18,3% com 5 mil 55 ônibus em 2012 contra 6 mil 190 em 2011.
Em relação às marcas de ônibus, o ano de 2012 foi da Volvo, que entre a principais fabricantes de chassi do mercado foi a que teve o maior crescimento, 25% – pulando da sexta colocação em 2011 para a quinta posição em 2012. O motivo, segundo a empresa, é o sucesso do modelo de motor dianteiro, B 270 F, um segmento até então inexplorado pela Volvo e o maior do mercado de ônibus. A International registrou crescimento de 728,6%, mas em unidades só produziu 58 veículos em 2012 ante apenas 07 em 2011.
Confira os números divulgados pela Anfavea, que neste caso não se referem a produção, mas licenciamento total de veículos pesados:
1º) Mercedes Benz – 2012 – 12 mil 763 unidades / 2011 – 14 mil 982 – Variação = – 14,7%
2º) Volkswagen – MAN - 2012 – 8 mil 37 unidades / 2011 – 11 mil 139 – Variação = – 27,8%
3º) Agrale - 2012 – 3 mil 537 unidades / 2011 – 4 mil 390 – Variação= – 19,4%
4º) Iveco - 2012 – 1 mil 690 unidades / 2011 – 1 mil 393 – Variação = + 21,3%
5º ) Volvo - 2012 – 1 mil 687 unidades / 2011 – 1 mil 350 – Variação = + 25 %
6º) Scania - 2012 – 1 mil 37 unidades / 2011 – 1 mil 350 – Variação = – 25,6%
7º) International - 2012 – 58 unidades / 2011 – 7 unidades – Variação= + 728,6%
2º) Volkswagen – MAN - 2012 – 8 mil 37 unidades / 2011 – 11 mil 139 – Variação = – 27,8%
3º) Agrale - 2012 – 3 mil 537 unidades / 2011 – 4 mil 390 – Variação= – 19,4%
4º) Iveco - 2012 – 1 mil 690 unidades / 2011 – 1 mil 393 – Variação = + 21,3%
5º ) Volvo - 2012 – 1 mil 687 unidades / 2011 – 1 mil 350 – Variação = + 25 %
6º) Scania - 2012 – 1 mil 37 unidades / 2011 – 1 mil 350 – Variação = – 25,6%
7º) International - 2012 – 58 unidades / 2011 – 7 unidades – Variação= + 728,6%
Adamo Bazani, jornalista da R[adio CBN, especializado em transportes
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