sábado, 16 de agosto de 2014

Produção de carrocerias de ônibus cai 17,84 % no primeiro semestre

Enfraquecimento da economia e problemas específicos do setor explicam os números negativos.
ADAMO BAZANI – CBN
Ônibus urbanos representam mais da metade da produção de carrocerias no Brasil. Encarroçadoras acompanham o mau desempenho das fabricantes de chassis e acumulam queda de 17,84%. Foto: Adamo Bazani
Ônibus urbanos representam mais da metade da produção de carrocerias no Brasil. Encarroçadoras acompanham o mau desempenho das fabricantes de chassis e acumulam queda de 17,84%. Foto: Adamo Bazani
A exemplo do setor de chassis de ônibus, que no primeiro semestre teve queda de 11,1% de acordo com a Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, as indústrias de carrocerias também amargam que de produção.
Como um setor reflete o outro, mas em momentos diferentes, as encarroçadoras registram queda ainda maior: 17,84%
Entre janeiro e junho do ano passado, as maiores encarroçadoras do Brasil somaram produção de 16 mil 054 unidades. Nos seis primeiros meses deste ano, foram fabricadas 13 mil 626 carrocerias para ônibus.
Os números são da Fabus – Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus e refletem o desaquecimento da produção de chassis deste ano e também ainda de parte do ano passado.
É que habitualmente, as empresas compram primeiro chassis e depois encarroçam os veículos.
Entre a aquisição do chassi e o processo final de encarroçamento, há um prazo de três a seis meses dependendo da demanda por determinado modelos.
Isso significa dizer que os números negativos do segmento de chassis ainda devem continuar influenciando as encarroçadoras.
Os motivos são basicamente os mesmos que deixam os segmentos de chassis e carrocerias com desempenho negativo: congelamento das tarifas e dificuldades em licitações (urbanas e rodoviárias) que criaram um clima desfavorável para novos investimentos, não cumprimento das obras de mobilidade previstas para a Copa do Mundo, desaquecimento da economia como um todo e baixa perspectiva de crescimento do País até o final do ano.
Em relação ao ranking das marcas, não houve alterações:
  • 1) Marcopolo: 4 mil 819 (2 mil 679 – Marcopolo e 2 mil 140 Marcopolo Rio/Ciferal)
  • 2) Caio Induscar: 3 mil 961
  • 3) Neobus: 1 mil 647
  • 4) Comil: 1 mil 454
  • 5) Mascarello: 1 mil 449
  • 6) Irizar: 296
A produção de modelos urbanos continua sendo responsável pela maior movimentação do setor: 8 mil 29 carrocerias, o que representa 58,92%. Os rodoviários somam 2 mil 516 unidades ou 18,46%. O segmento de microônibus representa 15,34% com 2 mil 90 unidades. Os modelos intermunicipais (intermediários entre os urbanos e rodoviários) somam 992 ônibus – 7,28% do mercado.
O ranking da Fabus não contabiliza a produção da Metalbus/Maxibus, que não é associada. A Busscar, em processo de recuperação judicial, não produz desde 2012.
Adamo Bazanijornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.

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