domingo, 11 de novembro de 2012

Encontro de ônibus antigos terá novidades neste ano


VVR vai reunir veículos inéditos e deve ser mais uma vez um encontro de história e emoções.
O evento já é um dos mais tradicionais do setor de transportes. Aberto ao público em geral e gratuito, “VVR – Viver, Ver e Rever – a Evolução”, promovido pelo Primeiro Clube do Ônibus Antigo Brasileiro, promete em 2012 surpreender com veículos antigos nunca expostos antes e mais uma vez reunir muitas histórias e emoção.
O público que passar pelo Memorial da América Latina, ao lado da Estação de metrô Barra Funda, na zona Oeste de São Paulo, neste sábado dia 10 de novembro e domingo dia 11, vai poder conferir mais de 80 ônibus e caminhões de diversas épocas, que além da beleza por estarem restaurados, conseguem remontar histórias da sociedade e pessoais.
Uma jardineira (ônibus rústico feito de madeira) de 1929, que transportou o presidente Getúlio Vargas, ônibus dos anos de 1940, os primeiros modelos monoblocos, ônibus importados dos anos 50, os famosos escolares norte-americanos, o papa-fila (uma enorme carroceria de ônibus tracionada por cavalo de caminhão), guinchos, caminhões de bombeiros, furgões e até caminhões militares são destaques.
Entre os veículos inéditos na exposição, estão o Trolebus ACF Brill 1948 e o Fofão – o ônibus de dois andares de Jânio Quadros, que pertenceram à CMTC – Companhia Municipal de Transportes Coletivos e hoje fazem parte do acervo da SPTrans, um Diplomata Volvo B 58 da Viação Graciosa ano 1981, do Paraná, e um raro Ciferal Flecha de Prata Mercedes Benz LPO 1113, ano 1974, estão entre algumas das novidades que antes não foram expostas.
São veículos que trazem muita história. Prova é o Ciferal Flecha de Prata. O ônibus pertence ao empresário Alexandre Cortes, de 44 anos, dono da transportadora de cargas ACC Transportes, de Belo Horizonte. O restauro do ônibus é uma homenagem ao seu pai, João Batista Cortes, que faleceu em 1991.
João Batista fundou em 1962 a Expresso Tereza Cristina, empresa de ônibus rodoviário que ligava Belo Horizonte ao Vale do Mucuri, em Minas Gerais. Foram muitas dificuldades enfrentando estradas de terra, mas ajudando o desenvolvimento da região. Só em 1982, as vias foram asfaltadas.
O filho, Alexandre Cortes, nasceu em meio aos transportes. Literalmente. “Nasci em 1968 nos degraus de um dos ônibus do meu pai. Minha mãe estava em trabalho de parto na garagem, onde morávamos. Sem carro, meu pai não teve dúvida de levá-la ao hospital em um dos ônibus, mas não deu tempo, minha prime ira viagem já tinha sido feita” – relembra Alexandre.
A empresa foi vendida para outro grupo 1997, mas a saudade ficou.
“Fiz questão de homenagear meu pai, um grande batalhador dos transportes e exemplo para a família. Procurei um modelo que era usado em sua empresa, até que um amigo, o Luiz, havia arrematado este ônibus em um leilão. O Ciferal pertencia à prefeitura de Aramina (interior de São Paulo). Apesar de ainda funcionar, o veículo estava bastante deteriorado. Mandei desmontar todo e restaurar. Os trabalhos começaram em 18 de novembro de 2011 e terminaram agora em 20 de agosto de 2012. Foi difícil, mas valeu a pena, os transportes e meu pai merecem” – emociona-se Alexandre Cortes.
E são histórias como estas que motivam o presidente do Primeiro Clube do Ônibus Antigo Brasileiro, Antônio Kaio Castro.
“A cada ano são muitos amigos que fazemos e descobrimos histórias impressionantes. É uma emoção diferente a cada exposição. A partir daí, da história dos transportes, podemos ver o valor do nosso povo, pois transporte lida com gente, está no dia a dia das pessoas” – conta Antônio Kaio.
O evento faz parte do Calendário Oficial de Turismo de São Paulo e é realizado desde 2004, quando começou na garagem da Expresso Redenção, empresa de fretamento da Capital Paulista. Em 2007, por causa do aumento do público e do número de veículos, foi transferido para a Praça da Sombra, no Memorial da América Latina, que ficou pequena e a partir deste ano será na Praça do Sol, do lado oposto de onde era realizado todos os anos.
A cantora Sula Miranda, conhecida por ter vários fãs caminhoneiros, deve marcar presença também no encontro.
Mais que veículos antigos, muitas histórias e emoções. Assim é o maior encontro de ônibus e caminhões antigos que ocorre todos os anos no Memorial da América Latina. Prova disso é o Ciferal Flecha de Prata, ano 1974, que foi restaurado pelo empresário Alexandre Cortes, em homenagem ao pai, que foi desbravador dos transportes em parte de Minas Gerais. Foto: Adamo Bazani
Mais que veículos antigos, muitas histórias e emoções. Assim é o maior encontro de ônibus e caminhões antigos que ocorre todos os anos no Memorial da América Latina. Prova disso é o Ciferal Flecha de Prata, ano 1974, que foi restaurado pelo empresário Alexandre Cortes, em homenagem ao pai, que foi desbravador dos transportes em parte de Minas Gerais. Foto: Adamo Bazani
Mais que veículos antigos, muitas histórias e emoções. Assim é o maior encontro de ônibus e caminhões antigos que ocorre todos os anos no Memorial da América Latina. Prova disso é o Ciferal Flecha de Prata, ano 1974, que foi restaurado pelo empresário Alexandre Cortes, em homenagem ao pai, que foi desbravador dos transportes em parte de Minas Gerais. Foto: Adamo Bazani
Mais que veículos antigos, muitas histórias e emoções. Assim é o maior encontro de ônibus e caminhões antigos que ocorre todos os anos no Memorial da América Latina. Prova disso é o Ciferal Flecha de Prata, ano 1974, que foi restaurado pelo empresário Alexandre Cortes, em homenagem ao pai, que foi desbravador dos transportes em parte de Minas Gerais. Foto: Adamo Bazani
Nielson Diplomata Volvo B 58, ano 1981,é uma das novidades para este ano na VVR. É o primeiro modelo de chassi da montadora fabricado no Brasil. Foto: Adamo Bazani.
Nielson Diplomata Volvo B 58, ano 1981,é uma das novidades para este ano na VVR. É o primeiro modelo de chassi da montadora fabricado no Brasil. Foto: Adamo Bazani.
Busscar Urbanus da Expresso Redenção relembra um momento de evolução da indústria do transporte coletivo. Foto: Adamo Bazani.
Busscar Urbanus da Expresso Redenção relembra um momento de evolução da indústria do transporte coletivo. Foto: Adamo Bazani.
Adamo Bazanijornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário