segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Prefeito eleito de Curitiba quer manutenção de subsídios para continuidade da integração


Gustavo Fruet demonstra preocupação com o desequilíbrio entre os custos do sistema de ônibus e o que as empresas conseguem de receita.
ADAMO BAZANI – CBN
Ônibus da região metropolitana de Curitiba. Prefeito eleito, Gustavo Fruet, quer garantias da manutenção dos subsídios ao sistema para que a integração entre os serviços da Capital e das cidades vizinhas seja mantida, o que é considerado um aspecto de caráter social. Foto: Adamo Bazani
Ônibus da região metropolitana de Curitiba. Prefeito eleito, Gustavo Fruet, quer garantias da manutenção dos subsídios ao sistema para que a integração entre os serviços da Capital e das cidades vizinhas seja mantida, o que é considerado um aspecto de caráter social. Foto: Adamo Bazani
Fechar a conta para que a população não saia prejudicada. Essa é uma das principais preocupações do prefeito eleito de Curitiba, Gustavo Fruet, em relação aos transportes na Capital e também na Região Metropolitana.
De acordo com levantamentos sobre receitas e custos do sistema, os benefícios à população, como a manutenção da integração entre os ônibus de Curitiba e os que servem os outros municípios que formam a RIT – Rede Integrada de Transporte – só serão possíveis com a continuidade de subsídios.
O futuro chefe do executivo quer garantias do governador Beto Richa para que pelo menos os R$ 60 milhões anuais para a integração dos ônibus entre Curitiba e cidades vizinhas sejam mantidos como complementação de receita do sistema. O Governo do Estado ainda não se definiu oficialmente pela manutenção e diz ter como meta a redução dos gastos em 20%, o que geraria uma economia de R$ 180 milhões.
A intenção de Fruet é garantir que esse esforço fiscal acabe não se refletindo diretamente na viabilidade econômica dos transportes.
Para o prefeito eleito, muito mais que manter economicamente um serviço, os subsídios na integração entre os ônibus da Capital e da Região Metropolitana possuem um caráter social, de interesse público, já que possibilitam que as pessoas tenham acesso aos polos geradores de emprego e renda, além de acesso a serviços básicos como saúde e educação.
Além disso, as empresas de ônibus alegam déficit de R$ 100 milhões que deveriam ser pagos às operadoras pela Urbs – Urbanização de Curitiba S.A., autarquia responsável pelo gerenciamento dos transportes municipais e metropolitanos.
As companhias dizem que há um desequilíbrio, com arrecadações menores do que os custos. Hoje a tarifa para o passageiro é de R$ 2,60, mas a tarifa técnica, que é a que corresponde aos gastos de fato, está em R$ 2,87.
As tensões se agravaram quando as companhias de ônibus, alegando falta de recursos, propuseram parcelar em quatro vezes os décimo terceiro salário dos funcionários. Motoristas e cobradores ameaçaram entrar em greve, mas depois de negociações com o sindicato da categoria, foi acertado o pagamento do décimo terceiro até o final de dezembro e a paralisação foi descartada.
Fruet foi à Brasília para tentar recursos para sua administração e mais uma vez, os transportes estão na pauta. Sem os recursos complementares aos arrecadados pelas tarifas não é possível manter integrações, gratuidades e nem investir em melhorias no sistema de ônibus que é considerado um dos referenciais no mundo em qualidade de mobilidade urbana.
A questão orçamentária em relação aos transportes também precisa de uma definição rápida já que em fevereiro do ano que vem começam as negociações sobre aumentos salariais dos funcionários do setor, o que deve elevar ainda mais os custos.
Adamo Bazanijornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

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