O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Campos, Roberto Virgílio, disse ontem que a entidade tem sido procurada por empregados da Viação Tamandaré que teriam sido demitidos sem o pagamento dos direitos trabalhistas. “Fomos informados que as demissões ocorreram em duas etapas, novembro e dezembro. Só entramos com ações trabalhistas em favor daqueles que nos procuraram”, disse Virgílio, que não soube informar quantos empregados foram demitidos. “Soubemos que a empresa demitiu e mandou que os empregados procurassem a justiça”.
Magno Monteiro Filho, 58 anos, foi um dos funcionários demitidos. Ele ontem procurou a Folha para falar da sua indignação. Segundo Magno, que trabalhou durante um ano e sete meses como motorista, a empresa não teria efetuado o pagamento dos salários de novembro, dezembro e nem o décimo terceiro.
- Fui mandado embora no dia 26 de novembro sem receber nada. Foi o pior Natal da minha vida – disse ele, destacando que pelo menos 30 ex-funcionários estariam na mesma situação. “A empresa demitiu a maioria dos empregados. Acho que se tiver 20 pessoas trabalhando lá hoje é muito”, contou Magno, destacando que da frota de 81 ônibus, apenas oito estariam em circulação.
Em novembro deste ano, motoristas e cobradores cruzaram os braços em protesto ao não pagamento do salário de outubro. Foi a segunda paralisação dos funcionários. No dia 16 de outubro, os trabalhadores também decidiram parar por 48 horas em exigência ao pagamento de setembro. Na ocasião, cerca de 150 motoristas e cobradores aderiram ao movimento. Além do salário atrasado, eles reclamaram de alguns direitos trabalhistas como férias e Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), que não estariam sendo depositados. Durante a paralisação, ônibus de outras empresas estariam fazendo as linhas da Tamandaré. Ontem, a Folha tentou contato com a direção da Tamandaré, mas não conseguiu.
Fernanda Moraes/Folha da Manhã
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