quarta-feira, 5 de junho de 2013

Historiadores querem preservação do “ponto mais antigo de São Paulo”

Estrutura fica na Lapa e foi construída pela CMTC nos anos de 1950.
ADAMO BAZANI – CBN
Ponto na Lapa foi “descoberto”               por historiadores e remete aos anos de 1950, época que a cidade passava por transformações e os transportes, ligados diretamente ao dia a dia das pessoas, também se modificavam. Foto: São Paulo Antiga.Ponto na Lapa foi “descoberto”               por historiadores e remete aos anos de 1950, época que a cidade passava por transformações e os transportes, ligados diretamente ao dia a dia das pessoas, também se modificavam. Foto: São Paulo Antiga.
Ponto na Lapa foi “descoberto” por historiadores e remete aos anos de 1950, época que a cidade passava por transformações e os transportes, ligados diretamente ao dia a dia das pessoas, também se modificavam. Foto: São Paulo Antiga.Ponto na Lapa foi “descoberto” por historiadores e remete aos anos de 1950, época que a cidade passava por transformações e os transportes, ligados diretamente ao dia a dia das pessoas, também se modificavam. Foto: São Paulo Antiga.
Na Praça Coronel Cipriano de Morais, no bairro da Lapa, zona Oeste de São Paulo, historiadores do Grupo São Paulo Antiga “descobriram” o que julgam ser o ponto de ônibus mais antigo de São Paulo ainda em funcionamento. É uma estrutura dos anos de 1950, que, segundo os pesquisadores, é típica da arquitetura da época do IV Centenário de São Paulo, completado em 1954.
Feito de concreto, com seis pilares em V, o equipamento foi feito pela CMTC – Companhia Municipal de Transportes Coletivos, que operava linhas de ônibus e gerenciava o sistema até 1995. Em 1993, na gestão de Paulo Maluf, foi dado início à privatização da CMTC. A parte operacional foi passada para a iniciativa privada entre 1993 e 1994, com a concessão de linhas e leilões de ônibus (os trólebus foram a última etapa do processo operacional) e a gestão do sistema começou a ser feita em 1995 pela SPTrans – São Paulo Transportes, de economia mista.
Ao jornal O Estado de São Paulo, o autor do site São Paulo Antiga, Douglas Nascimento, disse que o ponto na Lapa faz parte da história dos transportes coletivos da cidade e que deve ser preservado.
Esse abrigo de passageiros não é apenas mais um. É um sobrevivente vivo e funcional da história do transporte coletivo em nossa cidade”, afirma o jornalista Douglas Nascimento, autor do site. “Faço um apelo para nossas autoridades: vamos não só manter o abrigo como tombá-lo como parte da memória paulistana.”
Na época que se estima quando foi erguido o ponto, a cidade de São Paulo estava em plena transformação, no caminho para se tornar uma das maiores metrópoles do mundo.
E como os transportes refletem o dia a dia das pessoas, por isso a importância de preservar a memória do setor, os serviços de ônibus estavam se reorganizando.
A CMTC, fundada em 1946 e que começou a operar em 1947, ainda era uma novata e foi criada para esta reorganização. Era uma novata cheia de bagagem e que daria ao mundo uma lição de operação a até mesmo produção de ônibus e componentes de transportes coletivos. As oficinas da CMTC não ficavam para trás de nenhuma fábrica de carrocerias e chassi. Pelo contrário, a indústria não só de ônibus, mas automotiva em geral, aprendeu muito com a CMTC que trazia para as oficinas as experiências das ruas.
Ônibus GM ODC 210, da CMTC, com motor Alfa Romeo. Veículo trafegou na época quando foi erguido o ponto de ônibus mais antigo de São Paulo, ainda em funcionamento. Acervo – Museu Gaetano Ferola/Museu da CMTC
Ônibus GM ODC 210, da CMTC, com motor Alfa Romeo. Veículo trafegou na época quando foi erguido o ponto de ônibus mais antigo de São Paulo, ainda em funcionamento. Acervo – Museu Gaetano Ferola/Museu da CMTC
Pela CMTC vieram os primeiros trólebus, circularam os inovadores modelos para época GM ODC – 210, os ônibus pioneiros em São Paulo movidos a combustíveis alternativos ao petróleo e ônibus, linhas e histórias foram construídas.
A história permanece, mas a empresa foi destruída pela má administração do dinheiro público (que por ser do público há quem pensa que não seja de ninguém), pela ganância de administradores públicos e privados e pelo total desrespeito à população, algo que, infelizmente, também faz parte de nossa história.
Adamo Bazanijornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

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