Valor foi informado pela Prefeitura. Além de manutenção de veículos, serviços externos também, como bilhetagem eletrônica. Sistema hoje opera em defasagem, segundo planilhas oficiais.
ADAMO BAZANI – CBN Conteúdo Estadão
Manter um ônibus urbano na Capital Paulista custa pelo menos R$ 32 mil reais por mês. Levando em conta que um modelo básico do tipo convencional zero quilômetro está em torno de R$ 350 mil, os custos operacionais representam quase 10% do valor dos veículos.
O principal peso na composição dos custos é a folha de pagamentos de motoristas , cobradores, fiscais e outros profissionais do setor, girando em torno de 40%.
O retorno financeiro dos empresários representa cerca de 20%. Percentual semelhante é o óleo diesel e lubrificantes, que este ano tiveram dois aumentos após um longo tempo de congelamento em 2012, para a equipe econômica do Governo Federal, tentar segurar a inflação. A medida teria prejudicado os cofres da Petrobrás.
Os pneus e as manutenções periódicas e corretivas dos ônibus também respondem por numerosa significativos dos custos.
Dependendo do tipo, um pneu de ônibus pode valer entre R$ 1500 e R$ 2500.
Mas não é só operar o ônibus que causa gastos. Se por um lado, a bilhetagem eletrônica, com o Bilhete Único, atrai mais passageiros e minimiza as fraudes na comparação com a época que os bilhetes eram de papel, ela também representa custos. Na Capital Paulista, ao menos R$ 10 milhões. Há quatro empresas terceirizadas para venderem e a administrarem os créditos.
Se o transporte público recebesse prioridade de verdade no espaço urbano, com corredores que podem reduzir m 20% o consumo do diesel e os desgastes como freios, pneus e embreagem por causa do para e anda do trânsito, seria mais barato manter um ônibus, i que refletiria nos valores das passagens.
Os dados são de uma planilha de custo enviada em 22 de maio pelo Prefeito Fernando Haddad à Câmara Municipal.
O jornal O Estado de São Paulo teve acesso à planilha e revela que, mesmo com o crescimento de 30% na arrecadação das empresas de ônibus desde 2004, o sistema operara hoje em déficit, o que pode representar, se não houver subsídios, queda ainda maior na qualidade dos serviços, com manutenção e abastecimento comprometidos, além do risco de as empresas de ônibus se tornarem devedoras e não terem condições de operar ou prestarem serviços com débitos até mesmo cobrados pela Justiça.
Hoje a arrecadação pela venda de bilhetes e passagens é de R$ 375 milhões por mês, mas os custos para manter os ônibus funcionando são de R$ 516 milhões.
Segundo Fernando Haddad, se os subsídios neste ano não chegassem a R$ 1,25 bilhão, as tarifas em vez de R$ 3,20 seriam de R$ 4,15.
Os subsídios, no entender da prefeitura, são uma maneira justa de toda a sociedade contribuir com os transportes públicos que, ao diminuírem o trânsito e a poluição, e aproveitarem melhor o espaço urbano, contribuem com todos na cidade, até com quem usa só carro para se deslocar.
Ainda, segundo Haddad, se a tarifa voltasse para R$ 3,00, como quer o Movimento Passe Livre, os subsídios teriam de subir em R$ 360 milhões, ultrapassando R$ 1,5 bilhão.
Já se as tarifas não fossem cobradas, como querem também os manifestantes, os custos mensais para Prefeitura seriam de R$ 6 bilhões por ano, aproximadamente 14% do que o município arrecada.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes
Fonte: Ônibus Brasil
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